segunda-feira, 9 de maio de 2011

E DEUS criou a mulher.


Diz uma antiga lenda indú:

“Deus tomou a redondeza da lua e a ondulação da serpente;
o entrelaçamento da trepadeira e o tremer da erva;
a esbelteza do caniço e a frescura da rosa;
a ligeireza da folha e o aveludado do pêssego;
o olhar lânguido da corça e a inconstância da brisa;
o pranto da nuvem e a alegria do sol;
a timidez da lebre e a vaidade do pavão;
a doçura da penugem que guarnece a garganta dos pássaros
e a dureza do diamante;
o sabor doce do mel e a crueldade do tigre;
o gelo da neve e o calor do fogo;
o cacarejar do galo e o arrulho da rola.
Misturou tudo isso e fez a mulher.
Ela era graciosa e sedutora.
E, achando-a mais bela que a íbis e a gazela,
Deus, orgulhoso de sua obra, admirou-a
e deu-a de presente ao homem.
Oito dias depois, o homem, bastante confuso,
procurou Deus e lhe disse:
“Senhor, a criatura que me ofereceste envenena a minha existência;
tagarela sem cessar,
lamenta-se a propósito de tudo,
chora e ri ao mesmo tempo,
é inquieta, exigente e melindrosa;
está sempre me importunando
e não me deixa um instante de sossego.
Suplico-te, Senhor, chama-a de volta para ti,
pois não posso viver com ela”.
E Deus, paternalmente, retomou a mulher.
Mas, passados oito dias, o homem voltou a procurar a Deus:
“Senhor, minha vida é uma solidão,
desde que te restituí aquela criatura.
Ela cantava e dançava na minha frente.
Que suave expressão tinha ela quando me olhava de lado,
sem voltar a cabeça.
Ela brincava comigo! E não há fruto mais delicioso,
de nenhuma árvore, que se compare às suas carícias!
Imploro que ma devolvas. Não posso viver sem ela!”
E Deus devolveu-lhe a mulher.
Passaram-se mais oito dias e Deus franziu o cenho,
vendo surgir o homem que empurrava a mulher dizendo:
“Senhor, não sei como isso acontece,
mas a verdade é que esta mulher me dá mais aborrecimento do que prazer.
Fica com ela, que eu não a quero mais!”
A tais palavras, o Senhor lhe disse:
“Homem, regressa à tua casa com tua companheira e aprende a suportá-la.
Se eu a aceitasse de volta, daqui a oito dias tu virias de novo
importunar-me para reavê-la.
Vai e leva-a contigo.” E o homem se retirou murmurando:
“Como eu sou infeliz! Duplamente infeliz,
porque não posso viver com ela
e não posso viver sem ela!”
A história da lenda se repete em muitos casais.
Nada fazem para cultivar o amor, o bom entendimento,
a paz, a harmonia, a felicidade
e querem que tudo aconteça
como o maná caído do céu.
Pior ainda, passam o dia cultivando má- goas, ressentimentos, agressividades, desrespeitos,
insultos e querem que dessas ervas daninhas
nasçam rosas e violetas.
Se você se uniu por amor,
aí está a base de uma vida cheia de alegrias e de prazer.
Comece a habituar-se a alimentar o amor,
a cultivar o amor, a regar todos os dias a plantinha delicada,
linda e perfumada do amor.
Se assim não fizer, pode trocar de mulher
ou de homem cem vezes e a história da lenda se repetirá em você.

do livro O Poder infinito da sua mente 1

by Ari Custódio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário